terça-feira, 16 de junho de 2009

Comunicação digital: a contribuição para a comunicação organizacional



Fruto dos problemas surgidos com o advento da segunda fase da Revolução Industrial, a comunicação organizacional, corporativa, ou empresarial teve que se adaptar constantemente para trabalhar de forma positiva, frente aos públicos-alvo no universo dos mercados de bens de consumo e serviços. Durante seus 103 anos teve como aliadas ferramentas próprias do jornalismo, das relações públicas e da publicidade. Agora, frente às mudanças da sociedade, com o avanço das novas tecnologias e o nascimento da cibercultura teve que se readaptar e dispor de novos formatos e instrumentos comunicacionais como revistas customizadas e blogs.

(Resumo de artigo)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Era uma vez ... a revista

Os magazines têm origem no século XVII, sob a forma de notas sobre livros, publicadas nos primeiros cadernos de notícias (ou jornais).[1] Em 1646, tais notas —acompanhadas por pequenos comentários críticos — foram aparecendo com maior freqüência. Aproximadamente em 1650, começaram a ser agrupadas e a apresentar a feição do que conhecemos hoje como suplemento (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1961).

Edificantes Discussões Mensais, fundada por um poeta e teólogo de Hamburgo, em 1663, é considerada a primeira revista da qual se tem notícia. Logo em seguida, surgiu a francesa Jornal dos Sábios (1665), que continha resumos de diversas publicações literárias importantes da Europa e a bibliografia dos escritores.

A partir daí, apareceram, em todo o mundo, inúmeros periódicos que seguem a proposta de divulgar trabalhos em áreas específicas, como o Philosophical Transactions, na Inglaterra (1665); o Giornale de' Letterati, na Itália; o Acta Eruditorme, na Alemanha, publicado em latim.[2] Na França, em 1672, nasce a primeira revista “não séria”, o Mercúrio Galante, com notícias da Corte, anedotas e poesia. Sua fórmula foi seguida por vários periódicos em toda Europa, originando Mercúrio das Senhoras em 1693, primeira revista feminina que se tem conhecimento. Em 1681, surgiu o Weekly Memorials for the Ingenius, que fomentava — por meio de notas críticas juntadas a cada título — o apetite de aprendizagem (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1961).

Curiosamente, o primeiro registro de um serviço de informação data de 1690, com o lançamento do Athenian Gazette, mais tarde, Athenian Mercury. Seus leitores poderiam fazer qualquer pergunta acerca de questões literárias e científicas, que eram respondidas por colaboradores, entre eles, o escritor francês Daniel Defoe.

Uma das primeiras novidades, após o surgimento da revista, foi o uso de desenhos que reproduziam os comportamentos e costumes de Londres, na London Spy, em 1698. Seu conteúdo era, principalmente, engraçado, vulgar ou obsceno. A fórmula foi copiada pela Ilustrated London News, em 1842, considerada, realmente, a primeira revista ilustrada, pois apresentava 16 páginas de texto e 32 de gravuras feitas por artistas conhecidos que reproduziam os acontecimentos em desenho. Anteriormente, por volta de 1830, surgiu na Inglaterra a revista popular, cuja fórmula consistia em matérias leves de entretenimento e informações variadas, além de um preço de capa bem mais barato do que as outras (CORRÊA, 1986).

No final do século XIX, as revistas femininas se multiplicaram enormemente, apresentando uma fórmula editorial dedicada aos afazeres do lar e às novidades da moda como Ladies Home Journal (1883), Good Housekeeping (1885), Vogue (1892) e McCall’s (1897), que continuam sendo publicadas até hoje. Além dos periódicos para as mulheres, este século, marcou o desenvolvimento de publicações dirigidas aos jovens ingleses. As melhores misturavam ficção, ciências e sugestões práticas para uma infinidade de hobbies e expressões artísticas. Entre elas, destaca-se a Chatterbox, que durou 68 anos (ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA, 1961).
Em 1895, surgiu, na França, o cinematógrafo e, através dele, as pessoas podiam ver a “realidade”. Era o início de uma nova era de transformações, que seria completada pela criação do rádio e da televisão, que marcaria o século seguinte como a era das “ciências da informação” ou das “comunicações audiovisuais”.

Em 1922, criou-se The Reader’s Digest, a primeira revista mensal de bolso. Seu conteúdo consistia em artigos condensados já publicados por outras revistas. O primeiro número teve uma tiragem de 5 mil exemplares. Dez anos depois, ela atingiu a cifra de 1 milhão[T1] . Assim, The Reader’s Digest aparece como um dos grandes sucessos da história dos magazines (BURBAGE, 1973).

Na década de 30, apareceram as revistas de quadrinhos que, saídas das tiras publicadas em jornais, recebiam histórias originais. Nessa mesma época, em função do cinema, e posteriormente da televisão, surgiram dois tipos de revistas: as de fofocas (com mexericos sobre artistas) e as de programas.

Em 1934, o Time Magazine acrescentou um suplemento fotográfico sobre o assassinato do rei da Iugoslávia e de Louis Barthout, em Marselha. Em função da reação favorável dos leitores, Henry Luce elaborou uma revista contendo, apenas, fotografias. Assim, nasceu a Life, em 1936. Os textos apresentados eram poucos e vinham como complementos das fotos. Logo depois, esta estrutura foi copiada pela Look, fundada em 1938. Acelerava-se a revolução das revistas ilustradas (BURBAGE, 1973).

No século XX, a imprensa feminina se mostrava mais forte e segura do que nunca, principalmente depois da revolução editorial provocada pela Marie Claire, revista francesa lançada em 1937. Era um produto diferenciado dos demais, pois além de apresentar capa e diagramação mais agradáveis, foi a primeira revista personalizada com um nome feminino (BUITONI, 1986).

Com a Segunda Guerra Mundial, surgiram, na Europa, pequenas publicações que serviam para entreter: as fotonovelas. Elas consistiam em histórias desenvolvidas através da combinação de fotografias e textos curtos. Em geral, as fotonovelas utilizavam estrelas do cinema como protagonistas de suas histórias. Este recurso tinha, talvez, a função de substituir, no público, a ausência do cinema, prejudicado pelo avanço alemão nas principais capitais européias, onde se concentravam os focos da produção cinematográfica.

Em 1953, surgiu a Playboy de Hugh Marston Hefner, que, segundo Roberto Pereira de Souza (Revista Imprensa, nº 82), em pouco tempo, foi considerada a melhor e mais gostosa revista masculina. Também foi na segunda metade do século XX que surgiu a Time, a primeira revista mensal de informação. Com um bom trabalho de pesquisa e apuração, esta publicação utilizava narrativas e sentenças curtas, apresentando notícias do país e do mundo.


[1] Magazine - é uma palavra inglesa (derivada do francês e, também, de origem árabe) que corresponde à publicações de conteúdo variado, o que em português representava revista (cf. Buitoni, 1986).
[2] Periódicos - Neste trabalho, usamos as palavras periódico e diário como sinônimos de revista e jornal, respectivamente. Periódico representa qualquer veículo impresso publicado, regularmente, com um determinado espaço de tempo entre uma edição e outra. Enquanto, diário corresponde a publicações onde se relatam os fatos do dia-a-dia. Estas expressões se encaixam, perfeitamente, no conceito de revista e jornal. Além disso, estes dois termos também são muito usados por alguns teóricos como Amaral (1978), Burbage (1973) e Pinto (1993).

Comunicação digital: O panorama das revistas online

Fruto da necessidade da sociedade de criar uma comunicação comum para grupos específicos, as revistas deixaram de lado seu papel convencional e ultrapassado para se integrar cada vez mais ao seu público, buscando a auto-sobrevivência. Esta, que é uma das mídias mais antigas existentes, aprendeu a se adaptar e a atender as necessidades do seu leitor, utilizando-se da mais nova mídia de massa: a internet. Render-se e manter-se ativa hoje é o novo desafio destas revistas que se renderam à cibercultura, adotando novos formatos e ferramentas comunicacionais que atendam as necessidades dos internautas.

(Resumo de artigo)