segunda-feira, 12 de julho de 2010

Comunicação Integrada: Realidade ou Sonho



Para Margarida Kunsch, a comunicação integrada é o reflexo da evolução e da sofisticação da comunicação, que, no decorrer dos tempos, foi se aperfeiçoando e ganhando novo status e caráter estratégico. Nos últimos dez anos, aproximadamente, as organizações perceberam que todas as suas ferramentas e ações não eram eficientes se não fossem desenvolvidas através de um trabalho de união de forças, integrando várias categorias profissionais, para alcançar suas metas de relacionamento com seus públicos, de forma eficiente ou satisfatória.

Ela é uma atividade interdisciplinar pautada pela atuação conjunta de profissionais diferentes, ou seja, da interação das atividades de áreas afins da comunicação. E é esta integração que possibilita um resultado positivo para a corporação, diferenciando-a das demais em seu segmento e fortalecendo sua marca, imagem, serviços e produtos junto aos stakesholders. Por meio do trabalho estratégico, a organização pode se ver e se mostrar de uma forma melhor, uma vez que toda empresa ou instituição apresenta algum trabalho de comunicação, que pode ser boa ou ruim de acordo com as ações promovidas pela equipe responsável.

Para alguns executivos no Sul e no Sudeste, como a curitibana Oxxigênio - Marketing de Varejo e a mineira BH Trans, por exemplo, nos dias de hoje se faz essencial o trabalho de comunicação de forma integrada, porque, independente dos custos envolvidos, os resultados em termos de imagem e de interação com seus públicos são uma moeda válida para a empresa. Esta mesma realidade vem sendo adotada por organizações pernambucanas, muito mais no setor público do que no privado, destacando-se em especial aquelas relacionadas ao Governo do Estado. Isto porque, atualmente, tirando as multinacionais, são poucas as empresas privadas com orçamento suficiente para manter uma equipe multidisciplinar e realizar um trabalho eficiente de comunicação estratégica.

Apesar da sua importância e do impacto que a comunicação integrada provoca numa empresa, nem sempre ela é aplicada em virtude de despreparo organizacional, verba disponível (ou focada), entre outras dificuldades que cercam esta nova faceta da comunicação corporativa. Enquanto isso, outras ainda vivem sob o crivo ultrapassado da administração de empresas em que os investimentos devem ser dispostos àqueles segmentos que proporcionam resultados diretos e visíveis, num curto ou médio prazo. Por isso, em muitos dos casos, a mobilização de profissionais de áreas diferenciadas, com faixas salariais diferenciadas, é um custo com o qual a empresa não pode arcar, além da necessidade de recursos para custear projetos, programas, ações e ferramentas necessários.

Diante do árduo e lento processo, pode parecer que o conceito de comunicação integrada seja apenas um sonho, mas, o fato é que, progressivamente, vem se tornando uma realidade no Brasil. As empresas estão observando que fincar suas ações de comunicação em um modelo de trabalho, tradicional e ultrapassado, não é suficiente para alcançar suas metas, assim como o mercado e os profissionais de comunicação estão aprendendo a se adaptar as novas realidades impostas neste processo. São algumas das exigências hoje para o profissional dentro do novo paradigma de comunicação: ser antenado no cenário atual; ter flexibilidade no ambiente de trabalho e no relacionamento com uma equipe multidisciplinar; estar qualificado e sempre se qualificando para exercer suas atividades.