quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Uma pra mim, Uma pra Tu: Um caso de segmentação


Satisfazer os desejos mais específicos dos leitores foi a arma utilizada pelas revistas para se imporem no mercado editorial e, por isso, corresponde a um excelente objeto de análise e estudo da sociedade, uma vez que, participou ativamente da história da imprensa e guardou características originárias de diversos grupos sociais do mundo, durante seu desenvolvimento enquanto meio de comunicação. Com certeza, sua influência mais forte pode ser observado no começo do século, período de transformações radicais.

Foi nesta época, por exemplo, que o mercado recebeu a primeira das publicações a causar a maior revolução editorial: a Marie Claire, magazine francesa lançado em 1937, com capa e diagramação mais agradáveis, e nome pessoal. Então, chega a II Guerra Mundial e, para entreter a população, lançam-se as fotonovelas, histórias desenvolvidas através de fotografias e textos curtos. Anos depois, o mundo é abalado pela ousadia de Hugh Marston Hefner que lançou, em 1953, a sua Playboy, considerada a melhor e mais gostosa revista masculina. Neste mesmo período, nasceu a Time, a primeira revista mensal de informação com um bom trabalho de pesquisa e apuração sobre acontecimentos do mundo todo.

Era o surgimento do processo de segmentação das revistas, que foi se adaptando, cada vez mais, aos perfis dos seus públicos, ganhando força no mercado editorial e evoluindo, com o passar do tempo para o modelo atual, que abrange veículos de assunto especializado (profissional e não profissional) e aqueles especializados em público (comportamento e generalidades). Hoje, são cerca de 65 mil títulos espalhados no mundo, que discorrem sobre diversos assuntos, mas mantém o mesmo foco das publicações de outrora: trazer informação e entretenimento para o leitor.

As revistas especializadas nunca estiveram tão em voga quanto agora. Atualmente, este universo é dividido entre dezenas de segmentos (como economia, moda, decoração, saúde, jardins, informática, propaganda e bordo), fora aquelas dirigidas especificamente a homens, mulheres e adolescentes das classes A e B (“revistas de comportamento”). Além de poder de compra, esses públicos – que só começam a ter interação com os veículos a partir dos 15 anos e que lêem - têm instrução para manter o hábito da leitura e, assim, o mercado. Por isso, a grande maioria das revistas é pensada com o objetivo de fazer o produto certo para o público certo e atingir uma circulação significativa, para defender o interesse dos anunciantes.

Assim, visando interesses pessoais e representando as “posturas sexuais” de seus leitores, o produto tem conquistado nichos de mercado, antes nunca trabalhados como o público gay, por exemplo, que, até algumas décadas atrás, vivia num submundo fechado. Hoje, derrubados os muros do preconceito, conquistaram espaço na mídia com revistas próprias como a americana The List e a italiana King, depois de figurar em capas dos principais periódicos do mundo - como K.D. Lang, na Vanity Fair, em 1993.A revista de comportamento conseguiu se sedimentar no mercado editorial mundial, diferenciando-se dos demais meios pela sua capacidade de apreender as mudanças da sociedade, de forma instantânea, e criar novos conceitos de comportamento. Hoje, o periódico ocupa um papel importante na comunicação e continua crescendo, apesar das crises econômicas dos tempos modernos e do surgimento de novas mídias (como a internet, a tv interativa e o papel digital).

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